segunda-feira, 29 de março de 2010

AS PRIMEIRAS PALAVRAS




Olá, companheiros amantes da literatura e das letras portuguesas! Este que vos fala será seu narrador-viajante, navegando tempo e espaço para descobrir a história da nossa porpentosa língua e frondosa literatura. Chamam-me José do Tempório, nome dado pelo ofício que adquiri para poder contar-lhes as nossas viagens in loco. Não desperdiçarei vosso tempo explicando como e porque foi-me confiada tal empresa e, convenhamos, nem interessa. Atenhamos somente a viagem, muito mais intrigante e divertida.




"QUEM NÃO LÊ, ESTA CONDENADO A ESTAR PRESO NO TEMPO"




SEJA BEM VINDO AO MEU MUNDO DE MARAVILHAS SOBRE A LITERATURA!!!!




Parece-me que este ano de 1198 aflorou os dotes artísticos dos poetas daqui de Portugal. A premissa tornou-se verdadeira! As tais Cantigas de Amor, vindos de Provença, encontraram seu lugar nos corações e almas destes trobadores. A junção do Português com o Galês é mais uma consequência da mistura linguística que sofreu e sofre Portugal. Desde a incursão do Latim no século V, trazido pelos romanos, evoluindo para o Romanço Lusitâneo no século VI, até chegar ao Português Arcaico, já no século XII, tornou possível a entrada desta nova forma poética.



Ouvi dia destes uma dessas cantigas de amor, que mais parecia canções de submissão do que de paixão, de um tal Paio Soares. Chamavam-na Cantiga da Riberinha; dizem que dedicada a uma senhora, Maria Pais da Ribeira, e, segundo dizem também, já tem outro admirador: D. Sancho I, também trobador. Fico imaginando se D. Sancho ficou enervado por Paio Soares rivalizá-lo pelo amor da donzela, ou pelo talento de trobar.



Mas apesar deste ano ser o estopim de um grande alvorecer literário, cá já se fazia canções de várias maneiras. A chegada dos trobadores de Provença serviram para valorizar as cantigas feitas em Portugal. Nomearam de Amigo as feitas como que para dar voz aos desejos e sentimentos das camponesas e pastoras. Mas o povo gosta mesmo das Satíricas em que um eleito é escarniado se não se quisesse saber quem era, ou maldito se se quisesse que todos soubessem quem é.
Ainda há mais para se descobrir nesta época de luz da escrita e língua portuguesa e mal posso esperar para ver, ou melhor, ler!